quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ARI

" Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo,
Já tive tanto medo ao ponto de não sentir as mãos...
Já expulsei pessoas que amava da minha vida,
Já me arredendi disso...
Já passei noites chorando até pegar no sono,
Já dormi tão feliz ao ponto de nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores perfeitos,
Já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram...
Já passei horas em frente ao espelho
Tentando descobrir quem sou.
Já tive tanta certeza de mim
Ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois,
Já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância a pessoas que amava
Para mais tarde chorar quieto no meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
Já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
Já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já senti muita falta de alguém
Mas nunca lhe disse...
Já gritei quando devia calar,
Já calei quando devia gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns,
Outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns,
Já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça
Apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias de final feliz
Para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais
Ao ponto de confundir com a realidade.
Já tive medo do escuro.
Hoje, no escuro, me acho, me agacho, fico ali...
Já caí inúmeras vezes
Achando que não me iria reerguer.
Já me reergui inúmeras vezes
Pensando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria
Apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro
Por levar alguém que eu amava embora.
Já chamei pela mãe a meio da noite
Fugindo de um pesadelo
Mas ela não apareceu
E o pesadelo foi maior ainda...
Já chamei pessoas próximas de amigo

E descobri que não o eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada,
E sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas
Porque não espero acertar para sempre.
Não me mostrem o que esperam de mim
Porque vou seguir o meu coração.
Não me façam ser quem não sou,
Não me convidem para ser igual
Porque sinceramente sou diferente.
Não quero amar pela metade,
Não quero viver em mentiras,
Não quero voar com os pés no chão,
Quero ser eu mesmo
Mas, com certeza, não serei o mesmo para sempre. "

Autor: Ari dos Santos

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Mar

Naquele lindo dia,
Eu ouvia o que o Mar me dizia.

Chorámos, rimos, cantámos.
Ele falou-me da sua beleza
E eu da minha tristeza.
Infeliz, tentou me alegrar
Pôs-se para ali a cantar.
O seu canto molhado, lindo
Fez-me erguer sorrindo.
O seu hálito perfuma,
Corre na areia a sua espuma.

Parece um deserto
De águas sem fim,
Que meus segredos decerto
Guardará por mim.

A voz do mar, misteriosa;
Voz do amor, da verdade;
Voz doce e carinhosa
Que deixa grande saudade.

Afasta-se, muito calado
Como se estivesse cansado.
O Sol que se está a por
Lembra, o Mar, outro amor.

Olhos azuis

Olhos azuis, cor do céu, do mar.
Olhos profundos, escondem segredos
Que teimas não desvendar.
Escondem momentos vividos
Em vidas secretas, sagradas,
Onde ninguém ousa entrar.

Olhos azuis,
Vivem sentimentos escondidos.
Tentam encontrar a certeza
Da sua cor, azul do mar.
Procuram um amor, um sonho.
Encontram sem procurar.
Contam histórias de uma vida.
Olhos azuis, brilhantes, apaixonados,
Abraçam a vida, o amor.
Acolhem sentimentos, esperanças,
Aconchegam a alma,
Prendem-me a eles,
Dão-me calor, calma.

E de repente o luar!

E de repente o luar.
O luar que brilha numa luz encandescente,
Brilha como se não houvesse amanhã,
Como o chão fugir sob os pés
E então voar... sonhar...
Sonhos são como realidades por viver,
Desejos imaginados, desejos sentidos
Impossíveis de viver... ou talvez não.
'Dejá vus' de uma vida não vivida,
Sonhádos já mais do que uma vez,
Lembrados ao fechar dos olhos
Já cansados, pesados.
Ao raiar do sol tudo ficou esquecido,
O despertar do dia salva-nos dos sonhos
Daqueles desejos por concretizar.
Seguimos como pássaros em grupo,
Voamos sem medos, a fugir deles.
Seguimos mais alto.
Para esquecer o ontem, pensamos no amanhã,
Sonhamos com o amanhã.
Soldados vivemos em guerras,
Guerras de nós próprios,
Guerras de paz, de sentimentos.
Lutas ganhas, lutas perdidas,
Lutadas com forças que jamais pensámos ter.
Ousamo-nos em tempestades,
Ventos que vêm de nós, contra nós.
E saimos ilesos... vencedores.

E de repente... o luar!

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