segunda-feira, 7 de junho de 2010

Borboleta Azul

Voa, voa…

Sob o céu azul,

Cristalino como água,

Voa, voa…

Sente o vento nas asas,

Brisas calmas e frescas,

Brisas de verão,

Levam-te para longe.

Seguras-te numa pequena folha

De uma árvore, num ramo.

Sentes vontade de mudar.

A metamorfose do teu ovo

Para a lagarta rastejante,

Segues caminho para crisálida

E daí, para a borboleta que és,

Azul que és, livre que és…

E voas, voas…

Voa, borboleta azul, voa…

Bate asas e voa.

A vida na aldeia

Tocam os sinos da igreja

Chamam as gentes, dão as horas,

Ouvem-se em toda a aldeia

Acertam-se os relógios agora.

Ouvem-se cânticos

Comuns às gentes da terra

Trocam-se cumprimentos,

Trocam-se lamentos.

Dão-se os bons dias

Com cheiro a pão quente,

Saído do forno da vizinha

Que falta aos bons dias da gente.

Correm as crianças, frenéticas,

Em brincadeiras e risotas,

Pisam poças de água tépida,

Enchem de lama as botas.

Passam-se minutos, horas,

Sem que as gentes dêem conta.

O cheiro a pão transforma-se

Em cheiro a couves e feijão.

São chamadas as crianças

Pelas mães em aflição,

Tornam a casa, na esperança

De uma bela refeição.

E lá vão elas, contentes,

De mãos dadas, em par,

Cada uma para sua casa

Para um beijo à sua mãe dar.