Tocam os sinos da igreja
Chamam as gentes, dão as horas,
Ouvem-se em toda a aldeia
Acertam-se os relógios agora.
Ouvem-se cânticos
Comuns às gentes da terra
Trocam-se cumprimentos,
Trocam-se lamentos.
Dão-se os bons dias
Com cheiro a pão quente,
Saído do forno da vizinha
Que falta aos bons dias da gente.
Correm as crianças, frenéticas,
Em brincadeiras e risotas,
Pisam poças de água tépida,
Enchem de lama as botas.
Passam-se minutos, horas,
Sem que as gentes dêem conta.
O cheiro a pão transforma-se
Em cheiro a couves e feijão.
São chamadas as crianças
Pelas mães em aflição,
Tornam a casa, na esperança
De uma bela refeição.
E lá vão elas, contentes,
De mãos dadas, em par,
Cada uma para sua casa
Para um beijo à sua mãe dar.
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