sábado, 21 de agosto de 2010

Sons de crença

Ouve-se já o som do foguete que anuncia a boa hora, trazido pelas brisas calmas e frescas do entardecer.
Trocam-se olhares entre vizinhas que espreitam à janela, aguardam esse som bem-vindo que tarda em aparecer.
Os pátios outrora repletos de crianças brincando, rindo das brincadeiras inocentes, tornam-se quietos, vazios, assombrados pelas vozes que lá já não estão.
Enchem-se agora as casas de gente, as janelas repletas de luz.
Voltam a ouvir-se os sons dos tachos e panelas cujos apitos assobiam com a urgência de quem quer comer.
Juntam-se à mesa novamente as famílias, as gentes desta terra de tons laranja, à sombra de crenças e conceitos transmitidos de geração em geração.
Preparam-se as crianças para os costumes e lendas de sempre, seguidas com afinco e afeição.
Assim foi, assim é, assim será. Insha'Allah.

2 comentários:

  1. Acho que erraste na profissão... fazer ver aos outros, locais, pessoas e sentimentos é lindo e não é para todos :) continua com essa alegria de viver e a compensação será sempre determinada por ti. Força e by happy :)

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  2. Adorei esta transmissão de tradição... keep going!

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