quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Desconhecido

Quando te vejo
Lembro-me de alguém.
Alguém que conheci
Muito longe daqui.
Talvez noutra vida,
No céu ou no inferno.
Vejo alguém desconhecido;
Esqueci-me do nome,
Da voz, do olhar.
Alguém que jamais
Me poderá amar.
Porque a vida não deixa,
Por culpa de um destino
Ou por um mau caminho.
Desconheço a vida,
O amor, o ódio.
Desconheço a magia,
A felicidade de viver.
Um amar sem dor,
Um sofrer sem amor.
E porque a vida não deixa,
Espero a morte lentamente
Como se não quisesse chegar,
Como a vida não acabar
E o coração que a sente.
Desconhecido te chamo.
Não te conheço, não sei;
Amiga, sempre serei.
E se a vida mente
Sozinha há-de morrer.
Uma arma bem quente
Que dispara sem querer.
Feliz, felicidade,
Palavras desconhecidas.
Quem não sabe ser feliz
Imagina a felicidade.
Amar o desconhecido;
Impossível sonhar com ele.
A voz, o olhar, o rosto,
Tudo para mim é branco.
Negro é a cor da morte,
Negra a minha sorte.
Vermelho é o sangue.
O inferno encarnado.
O fogo arde e queima
O desconhecido tão amado.
Desconhecido viver
Desconhecido amar
Desconhecido morrer
Desconhecido deixar.

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